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De Don L a MC Hariel: morto há 20 anos, Sabotage influencia novos rappers

O artista plástico Pedro Vinícius queria algo diferente para comemorar seus 35 anos, completados no último sábado (21). Com a esposa e a filha, ele cruzou os 28 quilômetros que separam sua casa em Carapicuíba, cidade da região metropolitana de São Paulo, da área de lazer Água Espraiada. Sua festa de aniversário foi a 20ª edição do Tributo ao Sabotage, que acontece próximo à favela que o rapper morou.


Hoje me senti convocado pra vir aqui. É um evento que vai completar o meu dia. Sabotage é um cara que virou símbolo no rap nacional. Ele já representou muito quando vivo. Mas, depois que o cara partiu, infelizmente, virou lenda, virou ícone. Até hoje a gente sente a perda dele.

Não foi fácil. Infelizmente teve a perda carnal, mas ele... Ó [aponta pro braço] até arrepia de falar. Ele tá aqui, nego. É o Rap!", Pedro Vinícius, artista plástico.


Nesta terça-feira (24), completam-se os 20 anos do assassinato de Mauro Mateus dos Santos, o Maurinho, como era chamado na Favela do Canão, ou Sabotage, que foi de fenômeno do rap nacional ao cinema. Em 2003, ele foi alvejado com quatro tiros após deixar a esposa no ponto de ônibus. Tinha apenas 29 anos.


Durante o tributo, a reportagem de Ecoa conversou com amigos que viram Sabotage surgiu e acompanharam sua efêmera passagem pelo mundo da música. A morte de Sabotage gerou comoção entre os fãs e deixou a classe artística impactada. Ele havia lançado o aclamado "Rap é compromisso", seu primeiro álbum de estúdio, havia apenas três anos. Para Don L, a partida do "Sabota" foi bastante precoce.


Infelizmente, foi muito cedo. Tava todo mundo ansioso pelo que ele ia fazer depois. Eu lembro onde eu estava quando recebi a notícia da morte dele. Todos nós ficamos muito tristes. Foi uma perda irreparável pra gente", Don L.





Para DBS Gordão Chefe, que via em Maurinho "um irmão mais velho", o golpe doeu bastante. Os dois integravam a Família RZO - um grupo de rappers que convivia e fazia trabalhos com outro, de nome similar, o RZO (Rapaziada da Zona Oeste). "A perda do Sabotage foi uma pancada para o rap. Foi muito doído para mim", diz.


Ainda que tenha uma trajetória consolidada no rap e tenha contribuído com a carreira artística de Sabotage, Rappin Hood se lembra dele como um companheiro. "O Maurinho era um grande parceiro que deixou um legado gigante. Um dos maiores rappers que o Brasil já teve, um dos maiores do rap nacional."


o rapper foi uma inspiração, com que ela teve contato na adolescência por meio do irmão. "Sabotage foi importante porque me despertou para o hip hop, para o rap e pro entendimento da música, porque ele sempre foi versátil. Musicalmente é riquíssimo e socialmente, culturalmente contribuiu demais, porque ele conseguiu apresentar e deixar a sua mensagem", diz.


Desde a edição do ano passado, o evento acontece na área de lazer, próxima à favela onde Sabotagem morou. Neste ano, as cerca de 55 mil pessoas, segundo estimativa da organização, assistiram apresentações de Rappin Hood, DBS e Don L; Major RD, Negra Li, Veigh, Mc IG, Hyperanhas, Tássia Reis e Mc Hariel. A festa foi apresentada pelo locutor da Rádio 105 FM, Fábio Rogério.


Amigo de Sabotage, o apresentador Daniel Almeida, 57, que organiza o tributo desde sua primeira edição. Ao relembrar de Maurinho, ele se emociona.


A gente chora até hoje a morte do Sabotage. Mas eu não sei como agradecer. Ele, mesmo morto, tá ajudando a quebrada dessa forma. E o meu maior orgulho é que o Sabotage mostrou pra mim que o seu legado fica. Que você pode viver eternamente. Eu tenho certeza que o Sabotage vai viver eternamente, no coração e na mente das pessoas. A música dele é eterna."Daniel Almeida, apresentador.

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